segunda-feira, 14 de maio de 2012

Em jogo com seis gols, Bahia quebra jejum e volta a conquistar o Baiano

O azul, vermelho e branco volta a reinar na Bahia. O campeão está de volta. Após o mais longo jejum de sua história, o Bahia voltou a soltar o grito de campeão. E do jeito que o torcedor tricolor sempre viu, mas nunca se acostumou. Em um jogo com seis gols, onde o Bahia ficou atrás do placar por duas vezes, o Esquadrão encerrou o jejum de dez anos sem conquistar um título e aumentou a hegemonia sobre o rival para 18 conquistas. São 44 títulos tricolores e 26 rubro-negros.
Um título com sabor de presente de grego. Neste domingo, o Vitória completa 113 anos de existência. E com um toque de coincidência. A última vez que o Bahia levantou uma taça foi no dia 12 de maio de 2002, no Campeonato do Nordeste. Há exatos dez anos, em um dia das mães e na véspera do aniversario do rival. O adversário também foi o Vitória.
Uma conquista que serviu para coroar o melhor Campeonato Baiano do Bahia nos últimos anos. Após o começo oscilante com Joel Santana, o Tricolor embalou com a chegada de Paulo Roberto Falcão. Tanto é que depois de 18 anos a equipe foi para a decisão com a vantagem. Melhor campanha da primeira fase, fez nove pontos a mais que o maior rival e termina a competição com o melhor ataque do Baiano.
Com o fim do Baiano, Bahia e Vitória se preparam para o Brasileiro. Mas antes da estreia nas Séries A e B, respectivamente, as equipes têm os primeiros duelos pelas quartas de final da Copa do Brasil. Na quarta-feira, o Rubro-Negro enfrenta o Coritiba. No dia seguinte será o dia de o Tricolor jogar contra o Grêmio. Os dois jogos serão em Salvador.
O primeiro tempo começou com a taça nas mãos do Bahia. Com o 0 a 0 no primeiro jogo, o Tricolor dependia apenas de um novo empate para ser campeão. Por isso, o Vitória tratou de tomar a iniciativa em campo. Com o meio formado com três volantes, o time de Paulo Roberto Falcão teve dificuldade na saída de bola e foi surpreendido pelo rival.
Neto Baiano, Bahia x Vitória (Foto: Angelo Pontes / Agência Estado)Rafael Donato tentou, mas não conseguiu parar Neto Baiano (Foto: Angelo Pontes / Agência Estado)
A formação ofensiva de Ricardo Silva e a aposta nos cruzamentos surtiram efeito imediado. Logo aos quatro minutos, o zagueiro Victor Ramos levantou a bola na área e Neto Baiano nem precisou de muito esforço para abrir o placar. Vigésimo sexto gol dele no Campeonato Baiano e a taça a caminho da Toca do Leão.
A parte rubro-negra de Pituaçu ainda fazia festa quando Gabriel levantou a bola na área. Ela passou por todo mundo e encontro Fahel livre para dominar e chutar forte no canto direito do goleiro Douglas. Empate em campo e tranquilidade para o Bahia.
Além de ter sofrido o gol de empate, o Vitória levou outro baque logo em seguida. Principal arma ofensiva da equipe, Romário se machucou em uma disputa com Lulinha e deixou o gramado. Como Léo havia sido vetado para a partida, Ricardo Silva teve que improvisar o zagueiro Gabriel Paulista na posição.
Aí o domínio passou a ser tricolor. Em apenas três minutos, Lulinha teve duas oportunidades de virar o placar. Na primeira, completou de letra um cruzamento de Fahel e viu Douglas fazer uma defesa espetacular. Na segunda, avançou sozinho em direção ao goleiro, mas se atrapalhou e mandou a bola para fora.
Quando o jogo se caminhava para o empate no primeiro tempo, falha geral na zaga do Vitória. Gabriel cobrou uma falta da intermediária, Douglas falhou na saída e a bola entrou sem tocar em ninguém. Gol que aflorou os ânimos dentro de campo. Os jogadores do Vitória cercaram o árbitro para reclamar de falta no lance.
A reclamação gerou intenso bate-boca entre os jogadores nos minutos finais do primeiro tempo. Na saída para o intervalo, Neto Baiano e Uelliton se desentenderam com Danny Morais, mas a turma do deixa disso conseguiu evitar que o espetáculo de dentro de campo fosse manchado pela briga fora dele.
Na volta para o segundo tempo, Ricardo Silva tirou Marquinhos de campo e colocou Dinei para formar dupla de ataque com Neto Baiano. Mas quem assustou mesmo foi o Bahia. Em boa jogada de Madson pela direita, Souza ficou com a sobra e bateu colocado. A bola, caprichosamente, encontrou a trave de Douglas.
O susto inicial fez com que o Vitória partisse para cima em busca do gol de empate. O que não demorou para acontecer. Em cobrança de escanteio, Diones fez falta dentro da área e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Neto Baiano fez o 27º dele no Baiano, se igualou a Cláudio Adão e recolocou o Vitória na partida.
Logo depois do gol de empate do Vitória, Douglas se redimiu da falha no segundo gol tricolor. Titi cabeceou com perigo e o goleiro rubro-negro salvou em cima da linha. No contra-ataque, Dinei aproveitou cruzamento de Neto Baiano e virou o placar mais uma vez. Festa da parte vermelha e preta de Pituaçu.
Bahia, Taça de Campeão (Foto: Angelo Pontes / Agência Estado)O capitão Titi levantou a taça com o formato do Elevador Lacerda (Foto: Angelo Pontes / Agência Estado)
Com o Vitória novamente na frente do placar e a taça a caminho da Toca do Leão, o Bahia teve que voltar a atacar com mais força. E chegou ao empate em um lance bem comum do tricolor. Gabriel levantou a bola na área, Douglas não segurou a cabeçada e Diones mandou para o fundo das redes.
Com o gol, o Bahia voltou a controlar a partida, foi em busca do quarto gol e o clima voltou a esquentar. Pela segunda vez consecutiva, o técnico Falcão abusou das reclamações, foi expulso e teve que acompanhar os últimos minutos da entrada do vestiário.
De lá ele viu Souza desperdiçar duas boas chances de colocar o Bahia na frente do placar mais uma vez. Viu também Marcelo Lomba salvar o Tricolor por duas vezes em apenas um minuto. Lamentou quando Uelliton chutou a bola na barriga de Vander, os dois se desentenderam e foram expulsos. Respirou aliviado quando Pedro Ken recebeu um cruzamento sozinho dentro da área e mandou longe do gol de Marcelo Lomba. Ficou irritado quando Souza foi expulso por ter dado um tapa no rosto de Gabriel e comemorou como nunca quando o árbitro Wilson Seneme apitou o fim da partida. Após longos e angustiantes dez anos, o torcedor do Bahia pôde soltar o grito engasgado de campeão. E a Bahia voltou a ser tricolor.

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