quarta-feira, 18 de abril de 2012

Chelsea aguenta a pressão e vence o Barcelona por 1 a 0

Dessa vez, não houve chutaço de Iniesta, jogo bonito ou genialidade de Messi que desse jeito: o Barcelona foi a Stamford Bridge e perdeu para o Chelsea por 1 a 0, na noite desta quarta-feira, na primeira partida da semifinal da Liga dos Campeões da Europa. Após rara vacilada de Messi e assistência de Ramires, Didier Drogba foi o herói da noite com um gol no minuto final do primeiro tempo.
Passar em branco também foi uma novidade para o craque argentino, que havia marcado nos últimos dez jogos. O resultado não só deu boa vantagem aos ingleses, como também os mantiveram como a pedra no sapato de Messi: sete jogos. Já os catalães conheceram sua terceira derrota na temporada - Osasuna e Getafe foram os vilões anteriores - e a primeira na Champions desde o revés sofrido diante do Arsenal, no dia 8 de março de 2011, por 2 a 1.
Agora, o Chelsea tem quatro vitórias, quatro empates e apenas três derrotas em 11 confrontos com o Barça na história da Champions e vai ao Camp Nou na próxima terça-feira podendo empatar para chegar à final. Ao Barcelona, obviamente, vencer é a única saída para ir a Munique no dia 19 de maio contra o vencedor de Real Madrid e Bayern. Os alemães saíram na frente na última terça: 2 a 1, em casa.
Drogba comemroação - Chelsea X Barcelona (Foto: Ag. Ap)Didier Drogba comemora o gol que deu a vitória ao Chelsea sobre o poderoso Barcelona (Foto: AP)
Fazendo valer o que Roberto di Matteo disse no dia anterior, o time catalão mostrou que o estilo de jogo do rival realmente lhe impõe muitas dificuldades. Mesmo martelando do inicio ao fim e com cerca de 70% de posse de bola, os comandados de Pep Guardiola foram superados pelos Blues em mais uma “pedra cantada” aos quatro ventos na prévia do confronto: o contra-ataque.
No último lance da partida, porém, por muito pouco o Barcelona não repetiu o feito de 2009. Aos 47, a bola sobrou na entrada da área para Pedro, que acertou o pé da trave esquerda de Cech. Busquets ainda ficou com o rebote, mas isolou mais uma grande oportunidade.
O Chelsea prometeu marcar pressão, ser ofensivo e ousado, jogar de igual para igual com o Barça, mas não precisou muito para que os catalães mostrassem que a partida seria mais do mesmo que costuma acontecer em seus compromissos: ataque contra defesa. Dono da saída de bola, o time de Pep Guardiola trocou passes sem ser importunado pelos ingleses por exatos 1m50s, até que Ramires desarmou Messi na entrada da área, em jogada que deu a tona do que seria a partida.
Com Adriano e Dani Alves atuando realmente como laterais e bem avançados, o time catalão mantinha a bola no ataque, girava de um lado para o outro e por muitos momentos tinha apenas Victor Valdés no campo de defesa. No lado do Chelsea, a profecia de Fàbregas na tarde anterior foi cumprida: muitos chutões para um Drogba isolado no ataque, brigando contra Mascherano e Puyol, e com, em alguns momentos, a companhia apenas de Ramires – dupla que faria sucesso minutos depois.
sanchez chelsea x barcelona (Foto: Reuters)Sánchez toca por cima de Cech e acerta o travessão na primeira grande chance do Barcelona (Foto: Reuters)
No Barça, o posicionamento da equipe chamou a atenção. Ao contrário do costume, Messi atuava mais recuado, sempre atrás de Fàbregas e Sánchez e em determinados momentos mais recuado até mesmo que Xavi e Iniesta. A estratégia daria certo se não fosse a má pontaria da “dupla de ataque”. Cesc e Alexis perderam surpreendentes quatro chances claras na frente de Cech contra um rival que defendia sempre com, no mínimo, dez jogadores atrás da linha da bola – Drogba era a exceção. O chileno, inclusive, acertou o travessão em uma delas, aos nove.
Ramires e Messi - Chelsea X Barcelona (Foto: Ag. Ap)Ramires vigia Messi: brasuca teve papel importante
na marcação e também no ataque (Foto: AP)
Diante da postura passiva de sua equipe, e do frio e da chuva de Londres, a torcida do Chelsea fugiu ao costume e cantou bastante como se tentasse empurrar os Blues a força para o ataque. Entre vaias a Iniesta – algoz de 2009 – e Fàbregas – ídolo do rival Arsenal -, ouviam-se muitos gritos de “Come on, Chelsea” (Vamos lá, Chelsea).
Não adiantava muito, o time da casa raramente passava do meio-campo. Quando tentou, por pouco não sofreu o primeiro gol em um inacreditável contra-ataque para quem jogava de forma tão defensiva: Messi roubou a bola de Lampard no meio, avançou e serviu Fabregas, que tirou de Cech e viu Ashley Cole tirar quase em cima da linha. A esta altura, a posse de bola era de 70% para os catalães, com 10 finalizações e apenas uma dos ingleses.
No futebol, no entanto, não há justiça, como diz a sabedoria popular e Didier Drogba provou em campo. Aos 46, um minuto depois sentir a virilha após escorregão, Messi foi facilmente desarmado por Lampard no meio-campo. O Barça foi pego de surpresa. O camisa 8 fez lindo lançamento para Ramires, que já dominou de peito jogando a bola na frente. Na área, o brasileiro cruzou no rasteiro no segundo pau e encontrou o marfinense, que escorou de primeira e fez 1 a 0. Foi o lance final da etapa inicial.
Se defender foi a principal missão do Chelsea no primeiro tempo, com o presente que ganhou nos minutos finais a postura se tornou ainda mais evidente na segunda etapa. Os dez jogadores atrás da linha da bola se transformaram em 11 e até Drogba voltava para marcar os avanços de Adriano. Uma verdadeira fortaleza azul na frente do Barcelona.
messi chelsea x barcelona (Foto: Getty Images)Lionel Messi tenta até de cabeça: argentino passou em branco de novo contra os Blues (Foto: Getty Images)
Com os companheiros em noite não muito inspirada, Messi trocou os passes por arrancadas e tentava resolver o jogo na base da individualidade. A maioria dos chutes, porém, desviava na defesa e sequer chegava a Cech. Aos 11, uma grande oportunidade: Fàbregas recuou para sua posição de origem e descolou lindíssimo passe por cobertura, deixando Sanchéz na frente na cara do gol. A conclusão, no entanto, foi para fora encerrando a péssima noite do chileno, substituído em seguida por Pedro.
No Chelsea, a tática era simples: chutão para o alto e o Drogba que se vire. E o marfinense na base da força e da malandragem se virava. Se virava tanto que ouvia das arquibancadas “Lalalala, Didier Drogba” enquanto minava a paciência dos adversários. Catimbeiro ao melhor estilo Libertadores, o atacante amarrava o jogo fosse cavando faltas ou fazendo cera e tirou Puyol, Busquets e Mascherano do sério. A irritação, por sinal, foi algo latente no Barcelona, que reclamava bastante de marcações do árbitro alemão Felix Brych.
E definitivamente o Barcelona não vivia uma noite normal. Sem a tão proclamada eficiência do “tic-tac” de sua troca de passes, o time de Guardiola apelou até mesmo para chuveirinhos e jogadas de bola parada. Dessa forma, quase chegou ao empate, em cabeçada de Puyol que parou em excelente defesa de Petr Cech. Nos acréscimos, foi a vez de Pedro acertar o pé da trave de Cech e ver Busquets isolar o rebote. Não era o dia. E o mundo, que espera Real e Barcelona no dia 19 de maio, em Munique, vê os azarões largarem na frente por uma vaga na final.
CHELSEA 1 X 0 BARCELONA
Cech, Ivanovic, Cahill, Terry e Cole; Mikel, Meireles e Lampard; Mata (Kalou), Drogba e Ramires (Bosingwa).Valdés, Daniel Alves, Puyol, Mascherano e Adriano; Busquets, Xavi (Cuenca) e Iniesta; Messi, Sánchez (Pedro) e Fàbregas (Thiago Alcântara).
Técnico: Roberti di Matteo.Técnico: Josep Guardiola.
Gols: Drogba, aos 46 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Ramires, Drogba (Chelsea); Pedro, Busquets (Barcelona).
Estádio: Stamford Bridge (Londres). Data: 18/04/2012. Árbitro: Felix Brych (ALE).

1 comentários:

Rodrigo disse...

Valeu Luiz Vinicius pela reportagem

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | coupon codes